“Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo?
O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo?
Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão”.
(1 Coríntios 10:16-17).
A igreja de Corinto precisava aprender muito sobre comunhão. São abundantes os exemplos negativos corrigidos por Paulo em toda a carta. Paulo disse que não podia chamar aqueles irmãos de “espirituais”, mas de “carnais”. Por quê? Porque havia entre eles irmãos que se orgulhavam da sabedoria humana, criavam partidarismos, brigavam, havia imoralidade que não era tratada, incompreensões sobre a vida conjugal, alguns que participavam nas festas pagãs e escandalizam outros, havia disputa sobre os dons espirituais, falta de ordem no culto, discussão sobre o ministério das mulheres, falta compreensão da própria Santa Ceia. Eram muitos os problemas e Paulo chega a dizer: “o que vocês fazem não é Santa Ceia”.
A Ceia do Senhor é um momento muito solene. É hora de se lembrar do grande amor de Cristo por nós pecadores. Não somos melhores do que o povo de Corinto. O que somos, somos pela graça de Deus. E para participar da Ceia, não precisamos um dia de jejum, mas de um compromisso diário, semanal, mensal, das vinte e quatro horas do dia na presença do Senhor. É o espírito do orar sem cessar a que Paulo recomenda.
Paulo expõe coisas maravilhosas sobre a graça de Deus, o uso dos dons e princi-palmente sobre a natureza da igreja, que é o corpo de Cristo. Paulo enfatiza a uni-dade da Igreja. E para que haja unidade é necessário que haja humildade e que-brantamento espiritual.
Inspirado pelo Espírito Santo, Paulo compõe a mais bela página sobre amor que já se produziu: I Aos Coríntios13. Este é um contraste com a vida que muitos irmãos daquela igreja viviam. É uma descrição do amor perfeito, ideal, o objetivo, o alvo de todo cristão. É dever do cristão repudiar os pecados cometidos pelos coríntios e suplicar que o Espírito Santo o capacite a crescer no amor descrito em I Aos Co-ríntios 13.
O grande poeta Fernando Pessoa impressionado com essa página de amor, escre-veu:
“Dava-me uma tendência do choro para a desolação.
A Primeira Epístola Aos Coríntios…
Reli-a à luz de uma vela subitamente antiquíssima,
E um grande mar de emoção ouvia-se dentro de mim…
Sou nada… / Sou uma ficção…
Se eu não tivesse caridade…
Meu Deus, e eu não tenho a caridade!..”
Praticar o amor é COMUNHÃO, é sentir-se um com os irmãos e com Cristo.
Rev. Iziquiel Mathias da Rocha
21/04/2013