A Páscoa tem origem judaica, festa em que os hebreus comemoram sua saída do Egito. É uma celebração da liberdade da terrível escravidão em busca da terra prometida. Foi instituída no Egito para comemorar o acontecimento culminante da redenção de Israel (Êxodo 12).
A Páscoa começava à tarde, no dia quatorze do mês de “Abibe” (final de março e começo de abril), com a solenidade dos pães asmos. Um carneiro era sacrificado, assado inteiro e comido com pães asmos e ervas amargas. O sangue derramado representava a expiação, as alfaces bravas significavam a amargura do cativeiro, os pães asmos eram o emblema do cativeiro.
A ceia pascal era para cada família. Caso a família fosse pequena devia convidar outras pessoas em número suficiente para comer o cordeiro todo, não podia sobrar nada. O chefe da família recitava a história da redenção de Israel. Segundo a tradição, tomavam quatro copos de vi-nho misturado com água e cantavam salmos. Essa ceia servia de introdução a toda solenidade que durava até o vigésimo primeiro dia do mês. Como instituição perpétua, essa festa permaneceu em Israel e o próprio Senhor Jesus participou dela.
A celebração da Páscoa pelos cristãos não-reformados vem do período de Constantino. Em 325 A.D., o primeiro Concílio de Nicéia, estabeleceu inclusive a data para se comemorar a Páscoa, como o primeiro domingo após a primeira lua cheia entre os dias 22 de março e 25 de abril. É uma data móvel por ser determinada pelo calendário lunar.
Hoje a Páscoa contém muito mais de lendas, de folclore, de paganismo do que de verdades bíblicas. Agregaram-se o coelho da Alsacia, o ovo da Pérsia e da China, a columba pascal, o círio (vela), etc. O ovo já foi de galinha, de madeira, de prata e de ouro, até que os italianos o fize-ram de chocolate. Quem fomenta a festa da Páscoa é o comércio que vive sempre em busca do lucro.
Embora o Senhor Jesus tenha sido morto, sepultado e ressuscitado ao terceiro dia, domingo da Páscoa, no período bíblico não há comemora-ção da Páscoa, não há menção de data ou de que seja mais importante que outra, por isso os evangélicos não a celebram. Consideram que to-dos os dias são passados na presença do Senhor e devem ser santifi-cados pelo modo de agir. O “domingo” que é o “Dia do Senhor”, no qual Jesus ressuscitou, deve ser exclusivo para o descanso e adoração. Pa-ra lembrar de forma solene a Páscoa e sacrifício de Cristo tem a Santa Ceia. Nela nos lembramos de que já fomos salvos por Jesus e devemos viver glorificando-o até que Ele venha buscar sua igreja.
Rev. Iziquiel M. Rocha
31/03/2013