A REFORMA RELIGIOSA – IX

Os reformadores abriram a Bíblia e as verdades cristalinas jorraram de suas páginas para reconduzir a igreja no verdadeiro caminho do Senhor. Da centralidade da Escritura Sagrada, derivaram os ensinos da relação direta do homem com Deus, tendo como único mediador Cristo e sendo cada crente um sacerdote do Deus vivo.

A igreja reformada crê que cada salvo é um sacerdote no reino de Deus, porque ele santuário de Deus pela habitação do Espírito Santo (I Cor. 3.16-17; 6.19). O ensino de I Pedro 2.9, é que um membro da igreja é “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus”; e I Tim. 2.5: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” Como sacerdote, cada cristão, ainda que humilde, é capaz de ler e interpretar a Santa Escritura com fé, com sabedoria, com obediência para sua própria edificação e para instruir outros; e, pode orar por si mesmo e interceder por outros; pode e deve confessar seus pecados diretamente a Deus e suplicar-lhe perdão, na certeza de que Deus lhe atende.

Não é necessário sacerdote para ouvir confissões e declarar perdão. Isso acontecia na igreja que abandonara a Bíblia e criara uma casta sacerdotal despótica, orgulhosa, dominadora das consciências através do confessionário, da intimidação, da superstição, da ignorância. Acreditava-se que a salvação dependia da ministração do clero. Os reformadores eliminaram essa distinção. Ministros e fiéis, povo de Deus, são sacerdotes do Altíssimo (1ª Pedro 2.9-10).

A genuína igreja de Cristo é um lugar de liberdade e privilégio; e não de medo. Iluminado pelo Espírito Santo, como sacerdote, o cristão é comprometido com sua família e com a sociedade; é honesto no exercício da profissão; sua linguagem é sadia e edifica os ouvintes; sua vida transpira o evangelho da graça de Deus na forma de testemunho pessoal; na igreja e na sociedade, ele é dinâmico, participativo e responsável naturalmente. Seu interesse é ser exemplo dos fiéis. Sua vida cristã não existe em função de pessoas, mas sua saúde e vigor espirituais emanam de sua relação direta com Deus.

A partir da Reforma houve cristãos vigorosos, sinceros, dinâmicos, fiéis, santos, justos, corajosos e humildes porque uma ligação direta com Deus produz vida salva, reconstruída, abençoada, direcionada para o altruísmo, para o bem, para a justiça, para a paz, para o progresso e para a glória de Deus.

Rev. Iziquiel Mathias da Rocha

02/12/2012

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