A REFORMA RELIGIOSA – V

Dia 31 de outubro comemoramos “O Dia da Reforma Religiosa” do Século XVI, como marco da posição bíblica do Cristianismo mundial contra os abusos da igreja de outrora. Apesar de inúmeros servos de Deus famosos e anônimos darem suas vidas pela causa de Cristo, Lutero será o reformador lembrado como instrumento de Deus hoje.

Martinho Lutero, nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, na Alemanha. Filho de um mineiro e lenhador pobre, chamado João e de Margarida. Foi Bacharel e Mestre em Artes em, na Universidade de Erfurt. Foi sacerdote da Ordem dos Agostinianos. Reconhecidas sua erudição e inteligência incomuns, tornou-se professor de Teologia da Universidade de Wittenberg, Mestre nas línguas Grega e Hebraica, Bacharel Bíblico, Doutor em Teologia. Tornou-se Subprior do convento de Wittemberg. Em 1515, passou vigário do distrito, tendo sob sua autoridade onze conventos.

Ao estudar Romanos (1.17), encontrou a verdade e a paz de consciência. Viu o sacrifício de Cristo como centro da verdade em religião. Viu que seus pecados haviam caído sobre os ombros de Cristo na cruz; Cristo fez o que ao pecador teria sido impossível com seus méritos pessoais e penitências. Estava lançado aí um dos pilares da Reforma: “A Justificação somente pela fé.”

Tornou-se extraordinário pregador bíblico atraindo estudantes e professores de todas as partes e países vizinhos. O reitor da Universidade chegou a declarar: “Este frade derrotará todos os doutores; introduzirá uma nova doutrina e reformará toda a igreja; pois ele se funda sobre a palavra de Cristo, e ninguém no mundo pode combater nem destruir esta Palavra…” (Melchior, Adam. Vita Lutheri, p. 104).

Ocupando o púlpito, a capela logo não mais podia comportar os assistentes. O senado
o convidou então a ocupar igreja paroquial da cidade.

Em 31 de outubro de 1517, Lutero quis provocar um debate público sobre a venda das “Indulgências” promovidas pelo Papa Leão X, afixando nas portas da igreja do Castelo de Witenberg, as famosas 95 teses para serem debatidas. Veja alguns exemplos:

“27ª Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda
soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório ……………………………
28ª Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor
ao dinheiro cresce e aumenta; ……………………………
32ª Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter
certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.” ……………………………

Em 1518, Roma exigia que Lutero se retratasse sua posição, porém ele se recusou. E ainda disse que “nem todas as doutrinas de Jan Hus, queimado como herege, eram falsas; e que os concílios são passíveis de erros em suas decisões.” O clero pregava que o Papa e os concílios eram infalíveis. Logo, a guerra estava declarada entre Lutero e clero.

Em 17 de abril de1521, na Assembléia do império, presidida pelo imperador Carlos V, perguntado se renunciava ao que tinha escrito, Lutero respondeu: “Não posso, nem quero retratar-me, a menos que seja convencido do erro por meio da palavra bíblica ou por outros argumentos claros. Aqui estou; não posso de outra maneira! Que Deus me ajude. Amém”.

Rev. Iziquiel Mathias da Rocha

04/11/2012

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