“Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua
saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva,
como a chuva serôdia que rega a terra” (Oséias 6.3).
Certo garoto tinha muito desejo de conhecer o mar, mas sua cidade era distante e as condições financeiras de sua família não permitiam que ele concretizasse seu sonho. Um dia, porém, um senhor bondoso ofereceu-lhe esse presente. Diante daquela imensidão de água, o menino não podia acreditar no que seus olhos viam. Encantado com tanta beleza, correu até a água, discretamente a experimentou se realmente era salgada, corria de um lado para o outro numa alegria incontida. Atentamente, um velho marinheiro, que passou a vida toda no mar, observava o menino. Logo, o garoto dirigiu-se àquele senhor e, com grande euforia, disse: “Eu conheço o mar!” Ao que o marinheiro respondeu: “E eu ainda não conheço o mar.” Ambos falaram a verdade, só que cada um falava de um tipo de “conhecimento”. Por tudo que o homem conheça do mar, este ainda reserva muitos mistérios. Ninguém conhece exaustivamente o mar. Aquele garoto tinha um conhecimento superficial de uma ínfima parte do imenso oceano.
Dirá alguém: eu conheço a Deus. O quanto se conhece de Deus? Talvez o nosso conhecimento de Deus seja tão superficial como aquele garoto conhecia o mar. E Deus ainda é muitíssimo mais elevado em seus mistérios e desígnios, que conhecemos o mínimo de Sua pessoa. Conhecemos apenas o que Deus nos quis revelar, mas o suficiente para nossa salvação e para que possamos glorificá-Lo. É por isso que Oséias disse: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer o Senhor….”
O conhecimento de Deus é fundamental para a verdadeira adoração, o verdadeiro serviço e a vida neste mundo. O conhecimento de Deus é a bússola para conduzir o homem neste mar em que navega e, sem ele, o naufrágio é certo. O homem tem traçado rotas equivocadas nas várias áreas de sua vida, por ignorar o conhecimento de Deus ou por desobedecê-lo.
O conhecimento de Deus não pode ser mero intelectualismo religioso. Não basta que alguém adote doutrinas “corretas”, tenha conhecimento adequado de teologia, ou cumpra rituais religiosos ou filosofias. O conhecimento de Deus provém da simplicidade de Sua Palavra, que produz a verdadeira adoração e o caráter ético na maneira de viver.
A igreja tem atravessado séculos, porque tem tido suficiente conhecimento de Deus para conduzir-se espiritualmente. A igreja nunca pode considerar-se satisfeita com o mínimo da verdade, deve aprofundá-la sempre. Conhecer a Deus deve ser a sede e a fome de cada cristão, individualmente. Seu lema deve ser: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer o Senhor…”
Rev. Iziquiel Mathias da Rocha – 28/09/2014