Cantar fortalece o sistema imunológico das pessoas, constatou uma pesquisa feita por especialistas de saúde, na Alemanha. Dentre várias experiências realizadas, um exame era feito em coristas antes e após os ensaios de um coral, constatando-se que certas glândulas são acionadas quando se canta. Em um ensaio de apenas uma hora, verificam-se mudanças no humor das pessoas, alegria, sensação de bem-estar, alívio de tensões e, principalmente, o
fortalecimento do sistema imunológico. Publicada na “Gazeta do Povo”, em Janeiro de 2000, a pesquisa comprova, portanto, o ditado popular: “Quem canta, seus males espanta”.
O canto coral se constitui em uma relevante manifestação educacional musical e em uma significativa ferramenta de integração social. O próprio momento do ensaio serve ao propósito de criar um ambiente descontraído que estimula a socialização e interação das pessoas, por meio de atividades lúdicas e musicais. O grupo coral é fundamental para intensificar as relações interpessoais e criar uma maior unidade dos participantes. Mesmo
formado por um grupo bastante heterogêneo em relação à faixa etária, capital cultural, escolar ou social, interesses musicais e gerais, os coristas acabam criando uma relação afetuosa que favorece as atividades propostas e traz satisfação pessoal.
Outro benefício do coral é trazer para o ensaio músicas que fazem parte da memória dos participantes, proporcionando um resgate cultural das canções tradicionais que fizeram parte de sua história de vida, de momentos significativos na trajetória da igreja e de testemunhos de grandes feitos de Deus na vida do Seu povo. A música permite viajar no tempo e no espaço através da memória e das emoções, dando especial sentido a quem canta e a quem ouve.
Matinho Lutero foi um músico fantástico e teve grandes corais com composições e arranjos próprios. Mário de Andrade chegou a afirmar que Lutero conseguiu mais para as causas da Reforma com seus corais do que com seus discursos. Devia estar certo também o mestre Villa Lobos quando disse: “O povo é, no fundo, a origem de todas as coisas belas e nobres,
inclusive da boa música! […] Um povo que sabe cantar está a um passo da felicidade; é preciso ensinar o mundo inteiro a cantar”.
Logo, tem razão a antiga e atualíssima Bíblia repleta de citações da arte de cantar. Entre os levitas existia grande números de cantores remunerados para isso. Neemias, o restaurador de Jerusalém após o cativeiro babilônico, organizou dois grandes corais que cantaram na inauguração dos muros da cidade, um de cada lado. E Davi foi um organizador do ministério da música instrumental e do canto entre os israelitas: “Davi também ordenou aos líderes dos levitas que encarregassem os músicos que havia entre eles de cantar músicas alegres, acompanhados por instrumentos musicais: liras, harpas e címbalos sonoros” (I Cron. 15.16).
Iziquiel Mathias da Rocha – 07/12/2014