TEMPO

O tempo abre e fecha portas. Ele oferece oportunidades, chances, esperanças, mas não retrocede. Para a criança chegar à idade adulta, ser grande, ser independente, parece uma eternidade, porém, quando menos se espera, está lá. Grandes ou pequenas, as conquistas se sucedem. Elas dão razão à existência. O tempo que parece tão paciente na infância, tão generoso na mocidade, tão solidário na fase adulta, de repente, evapora-se.

A infância, seja de momentos maravilhosos ou trágicos, empolgante ou normal, é lembrada com saudade. Ali estiveram os melhores sonhos, os maiores mistérios e as mais fantásticas descobertas. Na memória, residem, cicatrizes ou até feridas incuráveis daquela época, mas também impressões encantadoras, o sabor inigualável, as imagens mais coloridas, os melhores e mais puros gestos de afetos desfrutados.

Da mocidade destacam-se a força, a energia, a pujança, a esperança, as conquistas, a alegria, as festas, os grandes amigos, as aventuras. É a fase da construção. É aí que se firmam as principais colunas da vida. Do prumo, do alinhamento, da profundidade e da solidez do solo em que se fincam as estacas da vida, nessa fase, virá a estabilidade da vida futura. Ou, é uma fase de semeadura. E da sabedoria e seriedade com que se lançam as sementes e as cultivam, resultará a abundância da colheita. É na juventude que se fazem os maiores investimentos da vida. Mas como é fugaz a juventude!

A idade adulta é a fase da maturidade, das grandes responsabilidades e realizações. É a fase do aprimoramento do que se conquistou. Aí que se travam as maiores batalhas. O número de tarefas excede ao tempo. Pensa-se mais nos afazeres, nos filhos e nos pais dependentes, mais do que em si próprio. Saúde, laser, familiares, relacionamentos sociais, profissionais, econômicos, espirituais exigem demasiada sabedoria e maturidade. Administrar tudo isso é desafiador e envolvente, pois é o que a vida tem de melhor, é o pico da existência humana.

Então, vem a etapa da colheita, da avaliação, da vitória ou da frustração, da confissão ou da gratidão. Não há retrocesso, não há como deletar ou retomar o percurso equivocado. É nessa hora que se pensa que a vida é maravilhosa pelo que se vive acertadamente. É nesse momento em que as imagens de cada etapa vencida emergem com intensidade. O grande
arquivo da memória é acessado com frequência.

Impulsionado na reflexão das etapas já percorridas, navego pelos arquivos da memória, onde se alternam dias ensolarados, calmarias, ventos suaves e favoráveis, com tempestades, porém sempre as vitórias são maiores do que as lutas. Por isso, a motivação de hoje é a certeza da conquista de amanhã. Devo ser e fazer o melhor porque o tempo abre e fecha portas…

Rev. Iziquiel Mathias da Rocha – 23/08/2014

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